quarta-feira, 22 de outubro de 2025

A subtil diferença que vai construindo o mundo

 

Nas aulas, o professor tratava as meninas por princesas e por queridas e os rapazes pelo nome próprio. 

Dirão, e posso talvez confirmá-lo, que não o faria por mal, quem sabe para exprimir carinho e protecção. Embora não advogue um superlativo controlo da linguagem e muito menos a censura, sei que a linguagem também é uma representação do mundo e ao mesmo tempo algo que o reproduz e o constrói. 

~CC~

6 comentários:

  1. Este post dá pano para mangas CC, mas como o blog se quer minimalista, vou encurtar.
    Se o professor fosse uma ela, será que o tratamento seria o mesmo? Dúvido. Até pode não ter mal, mas eu não o faria. É verdade que a linguagem representa a sociedade, mas cada um usa e escolhe a sua.

    O seu blogue está a tornar-se um caso sério. Para além da diversidade criteriosa de conteúdos de que este post é exemplo, a forma, essa forma muito sui generis, minimalista e algo cifrada, onde o que fica subentendido é mais importante do que foi dito, tornou-se na sua marca distintiva, exigindo do leitor redobrada atenção no caminho prazeroso da compreensão do que ficou velado.
    Para além disso, que já é muito, existe a qualidade dos comentários de verdadeiros exegetas na interpretação, na análise (quase profissional diria eu), no desvendar daquilo que era oculto, menos óbvio, no seu texto. É obra quase de filigrana.
    E assim, o leitor, o leitor seguinte e o que vem a seguir, ganham uma dose dupla de satisfação e de saber.
    Pena é, que, depois, sapateiros como eu, venham "martelar" o trabalho laborioso dos ourives.

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    1. Que ideia Joaquim, todos os meus leitores e os respectivos comentários são igualmente valiosos e muito aprecio a diversidade dos mesmos. E claro que gostamos de saber que há alguém do outro lado e se manifesta, mas mesmo que assim não fosse continuaria a escrever. Se a escrita não fosse o valor maior, teria trocado há muito esta plataforma por outras de maior interactividade. E em muito agradeço o seu incentivo.

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  2. Tratar as meninas por princesas e os meninos por campeões é um lugar comum com algo de mau gosto.

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  3. Verdade?! Os meus professores não se davam a tais familiaridades e nem nos agradaria. Cada um(a) era chamado(a) pelo nome. Julgo ser a atitude mais imparcial e a que um professor deve tentar. Soa-me a leviandade usar desse modo palavras tão significativas, atropelam-lhes o sentido.
    Conheço quem use o termo querida a torto e a direito; não sei se concordo. Sempre que oiço tal, parece-me que o turvam e perde significação.

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    1. Tolero e às vezes até acho graça se isso está enraizado na cultura popular de determinados territórios...como as asneiras em terras nortenhos...aqui em determinadas tascas e mercados é comum tratarem-nos por "amor" ....mas os contextos formais de educação são outra coisa. Uma boa noite Bea.

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