sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Purple

 

Por certo te lembras que eu, apesar de ser tão tímida, vestia roxo nos anos 80. Achava-a uma cor densa, grave, quase sagrada. E quase ninguém a usava, estava proibida nos circuitos da moda, era anacrónica.

Vejo-o agora irromper como uma cor possível, integrando algumas colecções, embora predominem ainda mais novas paletas de cores com nomes inusitados e estrangeirados para denominar variantes entre o castanho e a cor de vinho.

E apeteceu-me comprar um vestido roxo, certa de que hoje não o usaria do mesmo modo, não o combinaria com recolhimento e melancolia mas sim com irreverência e seria capaz de sorrir com ele e dentro dele. Descobri também que o nome em Inglês é muito mais leve e belo do que em Português, combinando com a forma como sinto agora essa cor ou, quem sabe, a própria vida. 

~CC~

4 comentários:

  1. A rosa púrpura do Sado. Ficava-lhe bem...

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    1. Ah, ah...para mim o melhor filme do Woody Allen, revi há pouco e com um jovem da família que adorou. Gostava de acreditar que se fosse eu, teria escolhido o sonho em vez da realidade mas não sei, talvez me deixasse enganar também...

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  2. Gosto de roxo intenso, o que não significa que me fique bem. Ao tom de pele o denso fica melhor que os tons suaves. Melhor os escuros que os claros. Melhor os alegres que os matizes delicados. Gostava de ser uma dama das que vestem e sobrepõem tons de areia e ficam lindas; ou, por exemplo, um ligeiríssimo verde água. Mas sou outra coisa.
    A paleta de castanhos deste ano é animadora.
    Vá, compre o vestido roxo e delire irreverente(mente), CC.

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    1. O universo não se alinhou e o vestido não ficou bem, ainda bem que não fiz como tantas vezes: trazer sem experimentar. Quem sabe há outro à minha espera numa montra algures...ou talvez compre antes um casaco amarelo 😌. Bom fds Bea

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