Queres saber como estou?
Ligeiramente mais preocupada que um ser humano inteiramente saudável, sobretudo quando me recordo do que tenho praticamente apagado: as memórias da quimioterapia, a parte do pulmão que colapsou, o esófago cortado quase pela metade. Não comprei máscaras nem álcool nem reservas de comida (habitualmente tenho algumas). Ponderei seriamente deixar as aulas, as reuniões, as formações, sobretudo esta deambulação quase constante pelos territórios. Ponderei seriamente adiar toda a vida e fechar-me em casa. Mas o que faria com a minha tristeza e o meu medo? Por certo não me matariam, mas iriam minar-me lentamente.
Vou assim caminhando, ainda que mais devagar, com prudência, com receio, sem vergonha de confessar a minha preocupação, não apenas comigo, mas com todos os que amo. Não sei se precisaria desta lição da natureza, pois há muito estou consciente da fragilidade do ser humano mas tenho a sensação que alguns precisavam, sobretudo alguns políticos sentados em tronos, julgando-se superiores e a tudo imunes.
~CC~
Também decidi não fazer menos do que habitualmente, CC. Conservar as rotinas ajuda a continuar e a casa já me tem tempo qb. E vou manter o concerto, está pago, tenho saudade e mereço esse agrado. Os que amo sobre todas as coisas estão muito mais expostos, fazem-no diariamente e bastante mais que eu. Peço ao Deus que a todos guarda que não os esqueça e os proteja agora e sempre, sinto cada vez mais que a minha protecção é breve tule para a rudeza dos frios.
ResponderEliminarBom domingo, CC.
Proteger sem entrar em pânico, é evidentemente um equilíbrio difícil, mas há que tentar.
EliminarDeixo um abraço de parabéns :)
ResponderEliminarQuerida Ana...
EliminarCautelas são necessárias, mas penso que, tal como a senhora, não nos devemos fechar nem correr furiosamente para o supermercado. Vamos indo e vamos vendo, e sim, alguns que se julgam os eleitos, precisavam provar da própria fragilidade.
ResponderEliminarBoa tarded, tudo a correr bem
Os eleitos são, contudo, os mais protegidos. E infelizmente nem sempre dão bons exemplos, o Marcelo passou de ignorar os conselhos para não dar beijinhos nem abraços ao isolamento...mas esse, coitado, nem é dos piores exemplares da política mundial...
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