Terei o jantar de namorados mais original de sempre. Será amanhã, em pleno hospital, com dois amores e não um, já que amor inclui, penso eu, mais do que um companheiro ou companheira, são aqueles que amamos. Não fora a impossibilidade, faria mesmo lá um jantar de amigos, de muitos abraços. Assim, ficarão muitos por dar.
A importância das coisas, destas coisas dos dias x e y, é muito relativa, eu vou variando, permeável que sou a tudo o que me rodeia, não lhe fico completamente indiferente mas também não lhe dou atenção especial, à medida que cresce o intuito comercial, o meu desprezo aumenta.
A importância das coisas, destas coisas dos dias x e y, é muito relativa, eu vou variando, permeável que sou a tudo o que me rodeia, não lhe fico completamente indiferente mas também não lhe dou atenção especial, à medida que cresce o intuito comercial, o meu desprezo aumenta.
Desconheço se o hospital terá ementa original para o dia, provavelmente o ambiente hospitalar, imune a quase tudo, também o será a estes rituais. Desejo apenas que o cirurgião beba com moderação na noite anterior, para que as suas mãozinhas possam acertar nos sítios certos.
Se tenho medo?! Não lhe chamaria assim. O que me inquieta é a minha própria ansiedade, traduzida nesse pânico de estar em sítios fechados, onde outros têm mais controlo sobre mim do que eu própria. O exercício de pensar que esses outros estão ali não para me aprisionar, prender, roubar a liberdade assemelha-se a um longo e penoso jogo de auto domínio, coisa para a qual já demonstrei ter e não ter capacidade. Nessa noite que será longa, nessa manhã, bem cedo, terei que dar o melhor de mim.
O amor, esse ingrediente, esse tempero, também de alguma forma fará parte.
~CC~