Voltam, elas voltam ao mesmo local onde colocaram o seu ninho. Insistem, mesmo quando lhes tentam desfazer os planos. Aqui fizeram-no num sítio altamente improvável, mesmo por cima da porta da entrada na cozinha, logo a porta que se abre mais. Pudemos assistir a tudo, ao depósito dos pequenos ovos, às cinco crias que abriam os bicos mal ouviam um barulho, num pedido estridente por comida, ao modo como cresciam e mal cabiam no ninho, ao modo como a mais frágil foi atirada para fora e morreu aqui no chão, mesmo ao pé de nós. Agora os pequenos já voam o dia todo e voltam para dormir à noite, enfiando as cabeças para dentro do ninho, já não cabem lá dentro. Os pais ainda vigiam, dormindo por perto, no telheiro. Como é que esta vida se passou a desenrolar em locais urbanos, na proximidade dos humanos, é coisa que me espanta mas me maravilha.
~CC~