Na cidade em que exercemos a profissão é normal nos cruzarmos com aqueles com os quais trabalhamos. Apesar de tudo, pela minha prática de vida itinerante, nem me queixo muito e às vezes até me sabe bem, dá-me raízes que é coisa que me falta.
Mas às vezes há perplexidades. Uma recém diplomada disse-me que tinha feito nova candidatura a uma outra formação e se eu sabia quem era o presidente do júri e os critérios, disse-lhe que eram coisas públicas e onde as podia consultar. Claro que se eram públicas, pelo menos o nome do presidente se poderia saber e disse-lhe.
Ela fez logo cara estranha...que o conhecia sim, tinha sido seu professor. Mas conhecia melhor os filhos pequenos dele, assim como todas as divisões da casa nas quais ele procurava dar aulas sem que a Internet falhasse. Engoli em seco e tomei mais uma vez consciência da tormenta ano e meio de ensino a distância. Acho que nunca avaliaremos bem as consequências.
E mais uma vez senti a minha própria ambiguidade: a vontade de regresso ao ensino presencial combinada com a ansiedade e o medo das salas pequenas a abarrotar de gente (a maior parte apenas parcialmente interessada em ali estar) e todos só com meio rosto visível.
Custa-me dizer adeus a Agosto, sempre custou, mas agora mais.
~CC~