O céu fica momentaneamente de chumbo e desaba impiedosamente. Há muito que não via pingos tão grossos, capazes de nos encharcar em poucos minutos. Pensamos que no dia seguinte será diferente mas é igual e assim no outro e no outro. As abertas não chegam para um pequeno passeio. Imagino todos os países em que os Invernos são assim e compreendo a medida do crescimento das sombras interiores até ao abismo. Por outro lado, também aqueles em que só há sol abrasador devem produzir uma secura tão grande que a própria alma mingua. Evitando as minhas sombras, penso que no Verão a terra estará molhada, mais capaz de resistir aos incêndios.
Mas a verdade, a verdade, é que eu agora precisava que viesse sol e os dias começassem a crescer...nasce cá dentro a saudade de passeios, piqueniques e esplanadas. Costuma haver um período entre Março e Maio em que é possível beber um café na esplanada, com o sol ainda suave a bater-nos no rosto. Às vezes até fecho os olhos e bebo o sol em vez do café.
~CC~
Vivemos na zona temperada, graça que não me canso de lembrar. Este ano a chuva troca-nos as voltas, é verdade. Mas o meu Alentejo reverdece como nunca e o gado engorda. Decerto haverá um basta nas chuvas que encharcam em minutos. Mostraram-me os blocos - eram mesmo blocos grandes, maiores que tijolos dos antigos - de granizo aglomerado quando caiu desmedido perto de Montemor-o-Novo. Dizem os mais antigos da aldeia que nunca viram nada assim. E nem eu. Virá ainda o tempo das esplanadas. Atrasado. Mas virá.
ResponderEliminarA Bea tem uma paz e uma sabedoria que admiro. Obrigada!
EliminarA chuva é deprimente.
ResponderEliminarSomos assim, sensibilidade à flor da pele, o tempo influencia-nos. Que fazer? Bem tento lutar contra.
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