terça-feira, 26 de março de 2013

O amor é sempre um lugar estranho


Nenhuma mão dada a outra mão. Nenhum abraço. Nunca um olhar cúmplice trocado no meio de uma festa. Nenhuma canção. Contudo, uma vida juntos. Dia a dia, tantos dias tem um ano. Anos, tanta coisa a acontecer dentro dos anos, os filhos a crescer, os aniversários ora de um ora de outro, tantos Natais. A casa, a casa grande para corresponder ao sonho da família grande, a casa perfeita. Tudo a bater certo e ainda assim a dúvida persistente: havia amor?!
 
Tempo, tanto tempo juntos. Abraços talvez trocados assim incolores, invisíveis a terceiros. Uma vida tão grande quando quase todos os casais são de vidas curtas. Eles permanecendo.
 
No fim, junto à morte dela, aquele coração imprevisível de cravos brancos e a inscrição: com muito amor do....flores feitas coração, impossível imaginá-lo num homem tão contido, aparentemente um amante inexistente. O coração batia afinal, sabemos agora quando o dela deixou de bater. Terá ela sabido que o coração dele batia assim?!
 
~CC~

2 comentários:

  1. Mas não é uma pena que ela não tenha sabido?
    O amor é, de facto, um lugar estranho.
    (Gosto do filme. :))

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  2. Não faço ideia se o sabia...
    Há casais assim, opacos para os outros e não sabemos se para eles também.
    Também gosto do filme.
    ~CC~

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