quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lado lunar


Vou cada vez menos a Lisboa, embora goste muito da cidade. Não há porém uma cidade mas muitas lá dentro. Lembro-me de no último Verão junto à Casa dos Bicos ter pasmado com uma cidade cheia de turistas, onde se ouvia falar línguas de todo o mundo. Todas as lojas pareciam gourmet. Tive a sensação que já se vivia dentro de um postal ilustrado.

Desta vez estive no alto de S.João, numa Lisboa sem turistas nem gente de fora do bairro, cafés pequeninos e escuros que ainda se denominam todos como snack bar, muitos toxicodepentes e com um aspecto muito degradado, só homens na rua e nos cafés, desde os mais novos à volta de uma mini logo pela manhã, aos mais velhos bebericando um galão. Uma ou outra mercearia com ar desarrumado e uma senhora de meia idade, redondinha e com bata aos quadrados. Curiosamente há em alguns becos e ruelas uma bela vista de rio e ninguém parado a ver ou a tirar fotos, é só o rio lá em baixo, o que sempre correu por ali. 

Já o vento frio e gelado que anda a correr pelas cidades, esse está por todo o lado.

~CC~

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