São os pequenos sinais.
Diz ela que agora vive com as pessoas mais antigas, nunca se lembrou tanto do pai, da mãe, dos amigos da mocidade. Não sei realmente onde os guardou tanto tempo pois durante muitos e muitos anos nunca a ouvi sequer mencioná-los.
E eu às vezes já tenho momentos assim, logo eu que nunca tive tempo para o passado nem interesse nesse vasculhar das pessoas que já passaram pela minha vida. Sempre achei que se o vento as levou, ele próprio as traria, se fosse caso disso. Nunca perdi um minuto a procurar por alguém, nem mesmo quando a Internet abriu essa caixa de pandora onde muitos mergulharam a fundo.
Mas por vezes, por um minuto, até em coisas do dia a dia, salta uma memória de alguém e com isso uma pena misturada com um ligeiro toque de saudade. Fico a pensar porque não o ou a vi mais, por onde anda e se estará bem. E depois passa, a vida anda muito mais depressa.
~CC~
É verdade que Internet nos permite "reencontrar" pessoas do passado. Fiamos curiosos, trocamos algumas mensagens, parece que uma antiga amizade está de volta, mas na maior parte das vezes é assunto que depressa se desvanece e continuamos com a nossa vida veloz.
ResponderEliminarSim Luísa, concordo...com algumas excepções...até conheço um primeiro amor que se reatou quarenta anos depois...
Eliminar~CC~
Também não me dou com esse afã de encontrar pessoas do passado que eu nunca procurei e nunca me procuraram. Não cultivo a curiosidade digital de buscar este ou aquele, ver como está, onde vive. Mas gasto algum tempo a lembrá-los como foram, é a esses que talvez até já nem existam que continuo fiel. Há gente que a vida (ou eu mesma) afastou e lamento um pouco, valiam a pena. Mas é como diz, vive-se rodeado de afazeres. Mas o esquecimento é outra coisa, estes fazem parte do meu percurso, deixaram marca, esquecê-los é esquecer-me. Dos outros, daqueles que nada deixaram, que pode aproximar-me deles?!
ResponderEliminarVerdade Bea, nunca nos esquecemos de algumas pessoas, mas sabemos que não vale a pena procurá-las, estão dentro de nós no lugar do passado em que as encontrámos.
Eliminar~CC~
E numa frase a ~CC~ disse exactamante o que eu penso...
Eliminar🌻
Maria, não sou de grandes discursos:)
EliminarBeijinho
~CC~
Não ter facebook, como é o meu caso, reduz esse desejo, mas as pessoas vivem na memória e às vezes trazem-me as interrogações da sua penúltima frase. E como, de facto, a vida passa a correr, lá vão esperando por outro momento de pausa.
ResponderEliminarUm bom dia.
Mas que isso não a impeça de ligar aos amigos de coração pois felizmente há quem fique por muitos anos.
EliminarUma boa semana.
~CC~
Vim aqui para lhe dar feedback de que comigo também acontece essa coisa da memória misturada com a saudade.
ResponderEliminarSão coisas da idade e também talvez por isso, esta noite não dormi nada. Estive no céu. Na verdade ainda cá estou. Ora se ainda cá estou é porque, sem dar por isso, morri e, por conseguinte, posso assegurar duas coisas: é que no céu há internet e também há aparelhos para nos ligarmos. Deus anda actualizado!
Ou será que os meus sentidos me estão a atraiçoar, como aos prisioneiros na caverna de Platão, e nesse caso...
Nesse caso, nada, nítido nulo, nada mesmo.
Mas, penso eu... veja lá, siga este meu raciocínio, se me derem feedback, talvez isso prove o que digo.
Preciso pois do vosso feedback, para comprovar que ainda estou vivo, embora no céu. Porque vocês estão vivos, não estão?
Na realidade... e vendo bem as coisas, precisamos todos de feedback.
(Pensamentos que me ocorreram depois da leitura de "Os dados estão lançados" de Jean-Paul Sartre).
Nem no céu nos livramos da Internet Joaquim? Às vezes faz falta ficarmos sem ela. O feedback é o sal da vida, em todas as atividades humanas. Li muito Sartre mas há muito que não pego nele, acho que também o deixei arrumado lá no passado.
ResponderEliminarUma boa semana.
~CC~
De vez em quando é preciso parar para ouvir esses pequenos sinais, minha cara. Eles, fora da velocidade dos dias, dizem muito mais do que aquilo que aparentam.
ResponderEliminarAbraço