Em abril, a angústia chegou. Mas consegui praticamente eliminá-la até ao início de julho, bem perto da data da repetição do exame. Depois aconteceu a avalanche, significa que a um centro de mal estar se associam outros e tudo parece acentuar o plano inclinado e a descida.
E isto pode acontecer mesmo a quem acha que para além da nostalgia associada à poética do mundo, poucas coisas lhe impedem sentir a vida como uma grande alegria, pelo menos nos últimos anos, quando as sombras maiores se foram.
Parei de escrever porque não queria que este fosse mais um blogue sobre diagnóstico de cancro, tratamentos, cabeça rapada, vómitos e tristeza. Poderia às vezes ter graça como antes, na primeira vez em que aconteceu (2017, lembram-se?). Mas também vos posso dizer que à segunda seria mais duro. No meu primeiro acidente grave de viação, só me apetecia rir por estar viva depois daquilo, no segundo chorei como uma tonta e a tensão subiu em flecha até 21-11. As segundas vezes e as terceiras não são como as primeiras, abrem as cicatrizes que demoraram a fechar e criam novas. Provavelmente lutaria de novo, mas não com a mesma alegria, a mesma inocência.
Sabia que não quereria fazer desta rua um blogue sobre cancro, mas que não saberia como não o fazer, por isso seria melhor que o silêncio reinasse por aqui.
Contudo, posso voltar.
Vai um samba?
Quando chegam os abraços cheios de ervas e flores, temos samba
ResponderEliminarSambemos, pois então
Obrigado também, Chico
Sabias que foi com esta música que se tornou popular? E nem o próprio esperava...
EliminarQue boa notícia, CC. E que alívio para si.
ResponderEliminarSambemos pois. Com o Chico novíssimo e cheio de esperança no olhar.
Alívio mesmo! O que acho mais curioso, para além da tenra idade, é a expressão grave e sorridente lado a lado.
EliminarAqui estamos CC para a ouvir falar do que lhe aprouver e embora amigos virtuais, sempre poderá encostar a cabeça.
ResponderEliminarDaqui a cinco ou seis anos falará de 23 como agora, contando como foi, até lá vamos vendo a banda passar, abraçados com todos os cheiros que gostar.
Obrigada Joaquim, por todo este tempo aí desse lado:)
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