A Feira é aquela memória paradoxal do Verão, um híbrido gostar e não gostar. Em criança deambulavam fascinada pela Feira de Faro. Em adolescente odiava tudo o que lhe estava associado.
Se vou arrependo-me, se não vou falta qualquer coisa para o verão se cumprir. E queria comprar facas e comer uma fartura. E tu querias comprar meias e comer churros. Ajudei-te com a escolha das meias e tu a mim com a escolha das facas. A fila das farturas da Luisinha era enorme, concordámos em desistir e fomos a outro lado pintar os lábios de açúcar.
A amizade é um laço bom, combinamos coisas para fazer, conversamos sobre como nos sentimos para além das trivialidades, vamos juntos, estamos juntos. Depois cada um regressa ao seu lugar. E sabemos que isto é e será sempre amizade. Também sabemos o que é o amor e concordamos que é algo que estremece. Temos saudades do amor. Mas só queremos do que estremece. Se calhar não vamos ter.
Mas não chegamos a entristecer por isso. Se vier, seja para um ou para outro, vamos festejar. Mas oxalá guardemos sempre lugar para as meias, as facas e as farturas.
~CC~
Bom, já quis comprar facas numa feira. E fui com uma amiga. Mas a idade das facas e das farturas passou. Foi. Qualquer das minhas amigas não quereria hoje acompanhar-me a uma feira, eu mesma nunca gostei muito de tal acontecimento, e elas nem sequer pensam fazer outras compras com je. No hoje, amizades antigas são almoços de longe em longe.
ResponderEliminarSe a CC tem amigos que passeiam consigo, aproveite. É bem raro.
Às vezes tenho e é muito bom, outras sinto a falta
EliminarMas quando não há reciprocidade prefiro desistir, seja no amor ou na amizade. Não gosto de meias tintas, admito que sou intensa mas sem sufocar, também não gosto de sufocar. Eu