quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Laços que magoam



Uma vez toquei-lhe no ombro ao de leve e ela reagiu como se fosse bater-lhe. Responde muitas vezes verbalmente com agressividade. Mas esqueci-a sempre na voragem dos dias, apenas uma aluna mais maldisposta que as outras. Até ontem quando afirmou perante toda a turma (focava-se o tema) que tinha vivido uma história de namoro muito violenta, com agressões mútuas e manifesta incapacidade de terminar uma relação que fazia mal. Nem uma lágrima, uma hesitação, mas o tom era baixo, algo frio, directo: ficaram as marcas.

A jovem tem cerca de 20 anos, coisas que achamos que não existem mais numa geração jovem, nascida e criada em liberdade, pretensamente também em igualdade de direitos entre homens e mulheres. As sombras, meus amigos, são afinal bem outras.

~CC~

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