Dias que sinto que correm contra mim, mesmo que corram a meu favor. É o tempo para viver em pleno cada coisa que me falta, fica tudo por arrumar cá dentro, solto, o que me causa grande cansaço. De noite, não durmo grande coisa, todos os meus projectos, todas as pessoas, várias aulas, pedaços de seminários já feitos e outros por fazer, tudo aparece nos meus sonhos.
Começo pela última coisa. Os alunos emocionaram-se muito hoje na aula, muitos choraram e uma aluna chorou durante toda a aula. Já tinha feito este exercício antes, é simples, trata-se de trazer de casa um objecto amado, depois fazemos vários exercícios com ele, desde explicar o sentido que tem, até pensar em oferecê-lo a alguém, não obstante nos ser querido. Nunca antes isto aconteceu, uma lágrima ou outra, mas não tantas, várias situações de choro quase convulsivo. Várias interpretações possíveis, uma delas é que a escola deixou totalmente de trabalhar as emoções dos alunos, a escola é só informação, nem sequer é formação.
Rir e chorar é vida, eles não têm é espaços colectivos onde tal possa acontecer, tanto telemóvel, tanta internet, tanta vida digital e afinal desfazem-se aqui como crianças sem colo, alguns com efectiva dificuldade de se controlarem. A emoção tem que passar nesse equilíbrio entre a contenção e a libertação, há que aprender.
~CC~
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