Uma hora de comboio para Lisboa, fim de tarde, carruagem cheia.
Duas pessoas liam livros em suporte papel.
Duas pessoas conversavam.
Três pessoas dormitavam.
Todos os outros usavam o telemóvel. Liam coisas ou enviavam mensagens, três telefonavam, alguns nada faziam, tinham-no apenas na mão.
Eu não sei como se pode passar de comboio a ponte sobre o Tejo sem olhar o rio, olhá-lo muito, beber toda aquela beleza.
Pergunto-me, contudo, se também quereria beber dessa beleza se a visse todos os dias. E sinto-me privilegiada por não ter que ir a um lugar todos os dias. Ainda assim há coisas que gosto de repetir e esta passagem sobre o rio é uma delas.
É tão bom não fazer nada durante uma hora.
~CC~
CC, costumo fazer isso, olhar muito bem o Tejo, aliás, tenho fome de luz e água. E também ler.
ResponderEliminarPelo facto de me sentir verdadeiramente incomodada com música e conversas em tom alto que às vezes me obrigam a ouvir, com o som dos alertas de mensagens, etc, o que desejo é que os outros passageiros façam coisas em silêncio.
Há pessoas que com a continuação, deixam de prestam atenção a esta paisagem e a outras coisas. Outras pessoas, não. Vejo-a sempre de modo diferente e gosto disso.
Isabel, que nos sobre sempre o espanto pela beleza do mundo.
ResponderEliminar~CC~