É dia de voltar.
Devia estar feliz, vou finalmente retirar o cateter da quimioterapia. Coloquei-o há mais de dois anos, foi a primeira de uma série de intervenções, ainda num hospital geral, fiquei num quarto muito pequeno com uma velhota com demência que a todo o momento me pedia para a levar para casa, ameaçava fugir. O bloco era também muito pequeno e ouvi os médicos a discutir antes de adormecer.
Desta vez será no meu sítio do costume, nada de assustador, em princípio uma pequena cirurgia.
Mas é assim que reparo nas marcas que não são as que tenho no corpo. É a rejeição do lugar, da bata, dos chinelos, das luzes, do bloco, da espera, do jejum das seis horas. Tento moderar o sentimento, o receio, extrair da memória dias infelizes, relembrar o quanto o optimismo foi o meu farol, pedir-lhe que não me abandone. Poderei usar decotes, ser menos cuidadosa com a escolha dos fatos de banho. Sacudo sombras.
~CC~
Um abraço apertadinho, querida CC.
ResponderEliminar(Gosto tanto de si.) :)
já passaram dois anos, CC... aqui, a passagem do tempo é boa :)
ResponderEliminaroutro abraço, levezinho, para não te magoar :) com beijo em face à tua escolha, repenicado :)*
ResponderEliminarMiss Smile, chegou cá esse abraço, é tão bom!
ResponderEliminarAna, pois é, estou viva e recomendo-me:)
~CC~
(mas que coisa, esta intervenção foi mesmo chata, a primeira sem anestesia geral, mas estou bem).
Que bom ter corrido bem, CC!
ResponderEliminarUm abraço apertadinho também daqui. :-)
Susana, fico a imaginar essa sua aldeia...e em si que viaja entre aviões por todo o mundo e uma aldeia quase sem ninguém, singular essa vida:). Um abraço apertadinho aqui do Sado.
ResponderEliminarAlexandra, pode ser na face esquerda? A minha direita foi o lado mais afectado por tudo, e apesar de tudo é para a esquerda que o coração tende, acompanhará assim com um batimento adequado o beijo repenicado (até rimou sem querer).
~CC~