terça-feira, 26 de março de 2019

Num momento tudo muda.


Era domingo.

Um domingo de sol tranquilo.

E saímos pela estrada grande, devagar, na viagem tantas vezes feita pelo interior do Alentejo. Podia ver-se cada coisa muito nítida, debaixo da luz soalheira.

Sentiu-se depois o primeiro trovão a fazer tremer a terra, vieram a seguir os relâmpagos e depois a chuva forte. Olhei para os meus sapatos abertos, o vestido ligeiro, o casaquinho.

Senti o cheiro da terra molhada, intenso, forte.

A vida é isto, quando parece estar tudo arrumado, reparamos que afinal era só ilusão. Num momento tudo muda. Sei o que é esse abalo, conheço estes trovões que vêm romper-nos por dentro.


~CC~

4 comentários:

  1. Para a terra, a chuva é abençoada, mas se nos cai na vida, acompanhada de trovões, e sem esperarmos, não é. Espero que o sol regresse depressa. Um abraço apertadinho.

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  2. Se calhar também nos devia cair mais no corpo, tal como na terra

    mas a gente foge

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  3. "De repente deu vontade de te dar um abraço...
    Uma vontade de entrelaço, de proximidade.
    de amizade..sei lá..
    Talvez um aconchego que enfatize a vida e
    amenize as dores...
    ..." (vinicius)

    Abraço, CC.

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  4. Deep, obrigada pelo abraço apertadinho. Nada de mais, apenas a descrição da fragilidade das coisas.
    Luís, toda a razão.
    Bonito Ana, como tu és (desculpa este tratamento por tu mas apeteceu-me).
    ~CC~

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