PARTE I (continua...)
Andava há muito tempo a dormir mal e a recusar as pílulas que o médico lhe queria dar, nem pensar em viciar-se nelas. Por isso e a custo lá se decidiu pela segunda receita: umas aulas de yoga. Não que acreditasse muito no efeito, mas mal não lhe devia fazer.
Fez tudo on line e lá chegou à primeira aula, estranhou, no entanto, uma espécie de Segurança à entrada quando lhe tinham dito que era só marcar o seu número de sócia e a barreira abria. O senhor, completamente anacrónico no seu fato e gravata, estende-lhe a mão e diz-lhe: - o seu cartão de cidadão, por favor. Era o que a menina mais temia mas arrisca a resposta: - cartão do cidadão para entrar num ginásio?! Tinham-me dito que bastava o número de sócia...
Imperturbável ele responde: sim, a aula das 21h conta com a presença da senhora ministra, ninguém entra sem cartão do cidadão. Ela nem pensou duas vezes, tal o coração lhe saltou no peito, pensando na hipótese de uma conversinha com a senhora ministra, tinha muito a dizer-lhe: - ah, ela está aí, ainda bem, preciso mesmo de falar com ela! A voz do Segurança subiu uns decibéis: - tem mesmo que me mostrar o seu cartão de cidadão!
Lá teve que lhe dizer que o dito andava há dias desaparecido. O sobrolho do Segurança alterou-se e sacou um telemóvel do bolso pelo qual chamou alguém. A menina já não queria ir a aula nenhuma e disse que se ia embora, ao que ele respondeu: - não, não pode, teve um comportamento muito suspeito, temos que interrogá-la!
Lá teve que lhe dizer que o dito andava há dias desaparecido. O sobrolho do Segurança alterou-se e sacou um telemóvel do bolso pelo qual chamou alguém. A menina já não queria ir a aula nenhuma e disse que se ia embora, ao que ele respondeu: - não, não pode, teve um comportamento muito suspeito, temos que interrogá-la!
É então que ela vê chegar o segundo homem, a antítese do Segurança, barba e ar desleixado, uma gabardine que parecia não ver água há muito tempo, numa das mãos um cachimbo apagado. Com um sorriso estende-lhe a mão: - Agência do Ó, é um prazer. A menina indigna-se: - mas eu estou presa? E o agente que não, que nem pensar, estava ali apenas para conversar com ela, era uma pena era o bar do ginásio não ter imperiais, nem vinho, nem sequer um licor, só batidos proteicos e outras coisas sem piada alguma. Mas poderiam tomar um chá. A menina estava furiosa, mas na verdade tinha sede, um chá talvez não calhasse mal.
~CC~
Tudo começou aqui mas já anda por aí, a correr mundos e fundos.
Pelos vistos o Ó tem muita saída:).
ResponderEliminarSe tem Bea, se lhe seguir o rasto vai longe...
Eliminar~CC~
Ahahahahah! CC, está tão bom. Pobre Menina, mais parece que estava a tentar entrar na discoteca!
ResponderEliminarAguardo a segunda parte, pois claro!
Alô Flor, é o que dá haver ministras no ginásio!
Eliminar~CC~
Tão bom. Obrigada.
ResponderEliminarEstou curiosa, p'ra ver como é que vai acabar esse chá...
Téstisq, já viu quanto nos inspira?!
Eliminar~CC~
A pobre menina parece sofrer em todos os textos desta "corrente de textos"... (sorrisos)
ResponderEliminarGostei muito, mais uma bela versão de um desafio que mereceu toda esta dimensão...
Bom fim de semana
Pois é, sempre a sofrer...mas ela não tem nada de coitadinha, é uma Catarina Eufémia:)
EliminarEsse detective não tem um carro velho e um cão muito molengão lá dentro?
ResponderEliminarFez-me lembrar alguém...
⚘
Maria, este não é capaz de cuidar de nenhum ser vivo:)
Eliminar~CC~
Pois é, ~CC~, parece que só eu é que não conhecia a famosa Agência do Ó :(((
EliminarA gabardine e o ar desleixado do detective fizeram-me lembrar o Columbo.
Agora que já li as variadíssimas versões (até a do Joaquim!!!) só posso dizer que imaginação é o que não vos falta!
⚘
Gosto deste sistema por episódios, aguça a curiosidade :-)
ResponderEliminarBoa tarde
Está quase a sair do forno:)
Eliminar~CC~
A Agência do Ó - todos os casos são singulares e peculiares - andava de vento em popa. Na realidade o seu único sócio, gerente e detective não tinha mãos a medir. Eram casos de tudo o que viesse à rede, se bem que a sua especialidade, a matéria sobre a qual fizera o estágio, eram casos de mulheres que desconfiavam que o marido tinha amante. Muitas noites passou ao relento com um binóculo nas mãos e algumas também debaixo da cama sem se poder mexer nem soltar um ai. Sempre teve a mania das provas irrefutáveis. Contudo, ultimamente, os casos que lhe apareciam, por muito insólito que lhe parecesse, eram relacionados com desaparecimentos de receitas de culinária e de CC (~sem ondas~). Decidiu, portanto, criar um negócio paralelo com a Baixinha. Ela furtava os CC às futuras clientes e ele em momento posterior resolvia os casos em tempo recorde. Era preciso era manter esta dupla actividade ~sem ondas~.
ResponderEliminarQuando a Baixinha 'atacou' a CC, e decidiu fazer dela sua vítima naquela manhã, sacando-lhe o CC, teve um pressentimento de que a coisa não ia correr bem. Maus fluidos. Falou disso ao Ó, ao que este respondeu que não se preocupasse, deixasse o assunto com ele. Bem dito, bem feito. Foi ao seu armário onde guardava todo o tipo de disfarces, desde bigodes postiços, a óculos escuros, chapéus, bengalas, narizes e enchimentos diversos.
Escolheu uma t-shirt de cavas que o filho lhe tinha dado no dia do pai, cheia de bonecos e frases tipo "narcisismo", "eu só me amo a mim", " eu sou o melhor" e com umas letras mais miudinhas que estavam por baixo das frases maiores a dizer "tudo tem tratamento".
O resto... bem o resto já a ~CC~ conhece.
(que maravilha!!!)
EliminarAh, ah...Joaquim, quantas vezes tenho que lhe dizer para criar um blogue?!
Eliminar~CC~
uma agência em episódios! gosto, vamos ver onde nos leva...
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