Gosto de tartarugas, do modo como sabem fechar-se na carapaça para se esconder do mundo, nada pode doer ali dentro, escondidas em si desligam de tudo e resistem.
Ao contrário delas, sempre senti a pele exposta, hipersensível, durante anos tive que usar anti- histamínicos para que ela pudesse suportar a aragem do vento, o frio da água, a rugosidade da areia. E ao mesmo tempo tudo me doía cá dentro.
Agora aprendo, sinto que sou capaz de usar a carapaça, não é ainda algo natural, é ainda um acrescento, algo que coloco para me defender, para não doer, para prosseguir. Mas resulta: amortece, defende, filtra. Preciso muito de paz, sinto que é o meu corpo que a pede. Quando começa a doer, fecho os olhos e é como se me deitasse num campo de tremocilha.
~CC~
Um dia destes vi um filme que nem era nada de jeito, mas houve nele uma expressão que me ficou, portanto, não terá sido completamente mau. Isto a propósito de capacidade de resistência e dos problemas epidérmicos, ou das sensibilidades ultra que mesmo sem problemas de pele precisam refrigério. Bom, dizia um dos participantes do filme que o seu segredo era viver como se.
ResponderEliminarTalvez não se adapte à CC, mas é o que tenho. Viver como se é fugir à nudez descarada. Aquela coisa do manto diáfano da fantasia; uso qb, capaz de dar alguma protecção.
Boa tarde, CC.
"Manto diáfano da fantasia", muito bom:)
ResponderEliminarVou ver se consigo usar Bea.
~CC~