Cinco botões floriram. São pequeninas, nada exuberantes, meio estranhas assim pintalgadas, seres de outro mundo certamente. Como podia não amar coisas tão frágeis, tímidas e imperfeitas, ninguém as compraria numa casa de orquídeas. São como aqueles búzios que apanhei na areia, cheios de buraquinhos que o mar lhes tinha feito, e achei-os tão lindos.
~CC~
É um lugar comum, mas não deixa de ser verdade: a beleza está nos olhos de quem vê, no coração de quem sente.
ResponderEliminarContudo não é de admirar, para uma pessoa que em 2010 escreve isto (no Ardósia):
Mulher
Esqueço-me com frequência que sou uma mulher, isto acontece-me desde sempre, mas agora cada vez mais. Na adolescência quis ser árvore, pássaro ou flor porque tinha vergonha de pertencer à humanidade, mas isso passou-me, embora às vezes ainda me envergonhe (.).
Tenho-me esquecido que está doente CC. Desculpe a omissão e espero que o pior já tenha passado.
Ardósia...querido lugar, bom saber que alguém ainda lá vai. A Covid já vai passando...deixou uma tossinha e uma fadiga ainda a marinar...Quanto ao resto...bom o resto está entregue aos Deuses que aí em Julho se irão manifestar:)
Eliminar~CC~
Mas é bonita na mesma e tem os mesmos órgãos e configuração das de qualquer loja. E, importa dizer, é a sua orquídea. Precisa mais para gostar dela? Existe, por acaso, alguma coisa perfeita de que goste? Existe sequer, um ser ou artefacto perfeito? Nem que fosse feia, aleijada, só o esforço dela em florir já valia.
ResponderEliminarEstá quase boa? Ou o parvo do covid ainda a apoquenta. Mau Maria.
Um abracinho e bom fim de semana
Esse bicho não é que é coisa ruim mesmo...mas já me vai deixando em paz. Às vezes certas pessoas parecem-me perfeitas, mas deve ser uma ilusão de quem as conhece sobretudo pelo lado de fora. Certos lugares, certos seres, certos momentos...também me parecem perfeitos. Por exemplo, acho os golfinhos seres de uma beleza e perfeição incrível, nada que se pareça à minha pequena orquídea...mas claro, essa tem o valor das conversas que temos tido...e acho que parte significativa do amor é mesmo feito de conversa.
Eliminar~CC~
Nunca tal tinha pensado acerca de golfinhos. Se bem que o mais parecido que conheço, e de que gosto demais, são os roazes do Sado. Uma beleza. Não sei, parece-me que nunca penso nas coisas - ou nas pessoas - como perfeitas. O meu erro é julgá-las como eu e elas são outras. O que não implica que não tenha grandes decepções com os seres pensantes. Bom, mas também são eles que me aportam as maiores alegrias. Maiores e mais duradouras. E profundas. E isso. Portanto, valem a pena (na generalidade).
ResponderEliminarÀs vezes o amor é conversa. Não sei se a maior parte, nunca medi, mas diria que é sobretudo feito de prática, que em tudo e com tudo ele se pode praticar; e que essa mesma também inclui conversa.
E vamos esperar por Julho, um mês de calor em que o mal não dê entrada.