A mulher do fato amarelo, muito requintada, com o seu motorista fardado a oferecer-lhe um bombom que tirava do porta luvas. Há publicidades que ficam e esta atravessou os tempos. Não sabemos exactamente porque registamos estas coisas. Eu nunca quis ser como a mulher do fato amarelo e muito menos ter um motorista, a não ser quando as subidas são ingremes, os estacionamentos difíceis e a minha inabilidade me confronta e me incomoda. E no entanto aquele chocolate é todo um fascínio que se foi tornando banal pelas casas do mundo (e não lhe digo o nome, pois não me apetece fazer-lhe publicidade).
Preto por fora e bem no meio uma avelã crocante, algo semelhante ao que a senhora do fato amarelo provava com deleite. À partida a avelã bem disfarçada não parecia existir pelo que a surpresa foi agradável pois em geral adoro frutos secos. Nunca me esqueço de um filme que vi sobre uma tribo afegã que se alimentava praticamente só de nozes. São maravilhas da natureza mas em geral trabalhadas pelo homem que as coloca a secar, antigamente apenas à luz do sol, em grandes mantas ou tapetes colocados no solo. Alguns dão muito trabalho a conseguir, como as amêndoas ou pinhões e há em cada saquinho muito suor. É preciso dizer às crianças que não nascem nas prateleiras dos supermercados assim já prontos a comer.
Este ano falhei as amendoeiras algarvias, houve anos em que fui pela serra para beber da beleza desse branco. No Douro nunca as vi, mas gostava.
Estes bombons sugerem cada viagem...
~CC~
Não se arranja por aí uma deliciosa crónica sobre bonbons sem açúcar?
ResponderEliminarOh...nesta caixa não há, mas talvez um chocolate preto a 70 por cento ou mais...possa um dia chegar a ter crónica...no meu curso de culinária vegetariana ate fiz leite creme de abóbora sem açucar...e não era nada mau.
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