terça-feira, 12 de novembro de 2013

Parar o tempo



Há para além de todas as coisas enormes que são ditas, uma pequenina que me tocou muito. Pergunta se já fomos crianças obrigadas a mudar de casa, deixando tudo para trás. Sim, já fui uma criança dessas. Não tenho um caderno da escola, um brinquedo, uma roupa de menina. Muito tempo depois fui à procura da minha casa em Luanda. Nada era como na minha memória. Acontece-me, contudo, uma coisa estranha. Quando recordo, recordo tudo como era na minha infância e não como vi já adulta.

Nunca tinha, porém, pensado na memória dos rostos deixados nas casas abandonadas. Que belas ficam as paredes feias.


~CC~

PS. Fui roubar ao blogue "escrever é triste" aí na barra do lado.

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