Não estava ansiosa naquela noite, sentia-me calma. Sabia que chegarias no dia seguinte, as pessoas diziam que a jornada costumava ser longa, mas tu quiseste nascer ainda de manhã, ali perto do meio dia, querias vir para almoçar.
Ainda hoje sinto a mesma calma quando te sei a dormir aqui em casa, a acordar depois de mim. Nesses dias é como se tudo regressasse a um lugar primordial e certo, como se a desordem do universo se atenuasse e eu fosse, sobretudo, e ainda, a tua mãe.
Depois vem a outra tarefa, a de aceitar a partida como elemento essencial de uma identidade outra, tecida de células que de nós tanto se alimentaram como se diferenciaram, incorporando do mundo o seu próprio vento, suor e riso. Saber que não faremos os caminhos mas que se pudéssemos iríamos enchê-los de flores para que todo o caminhar fosse suave, cheiroso e belo. Uma parte grande do amor é vontade de protecção, o outro, no seu oposto, saber conceder a liberdade que permitirá a quem amamos arriscar, perder, ganhar, porventura sofrer. E o amor é também ser tão feliz com a felicidade do outro que ela é nossa também.
Estou aqui ainda, foste e és parte integrante da força de lutar pela vida.
~CC~
É fora de dúvidas, CC, os filhos são a força de lutar pela vida. Nunca deixam de sê-lo.
ResponderEliminarQue post tão lindo, querida CC!
ResponderEliminarMuitos parabéns por este dia e obrigada por trazer essa dose de tranquilidade também para quem a lê. Gosto tanto de si.
🙂
Mulheres, mães e queridas vocês as duas:)
ResponderEliminar~CC~