Da última vez que tirei o passaporte, os indicadores já tinham deixado de marcar a sua impressão digital, não houve meio nem máquina capaz. Lá ficaram os polegares. Agora, depois de tanto álcool gel, suponho que já nenhum dedo servirá. Parece-me um gesto cada vez mais absurdo e, no entanto ,repito-o como se já o tivesse mecanizado para sempre.
E quando vejo alguém já não me ocorre logo um abraço ou um beijo, fico parada, meio inerte, sem saber o que fazer, não me apetece dar-lhe um cotovelo.
De resto, sempre que posso, absorvo o sol numa esplanada, acompanhado de um abatanado. O medo abandonou-me, julgo que por cansaço, não se aguenta viver com ele por muito tempo. Mas sobraram outras coisas às quais procuro dar nome.
~CC~
Depois de perder as suas impressões e o medo que a prendiam como garras a um passado tão duro, apetece-me dizer que já cortou as amarras deste navio, e que agora está pronta para aceitar o desafio de rumar ao sol e ao futuro.
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Estou sempre pronta para o futuro Joaquim pois sou dona de uma cabeça cheia de sonhos.
Eliminar~CC~
O álcool gel e as máscaras vieram para ficar
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Bom fim de semana
Cuide-se
Acha Ricardo?! Não lhes dou mais de um mês de vida, excepção aos transportes público, aviões e hospitais...mas talvez me engane.
Eliminar~CC~
Apesar do tom lasso e até desiludido do post, digo-lhe que sorri com a afirmação, "não me apetece dar-lhe um cotovelo". Eu devia estar no mesmo barco. Mas, efectivamente, não estou. Jamais me lembrarei de dar um cotovelo e continuo a espetar um beijo na cara das pessoas que já não vejo há que tempos. Felizmente, vejo poucas. Talvez porque o medo não chegou a apanhar-me, antes que pense, já está. E portanto sou uma perigosa, um perigo público, talvez devesse andar com açaime, já que a máscara só uso nos tais locais públicos a que vou uma vez por semana e é quando é. Na verdade, agora que penso nisso, um açaime seria bem melhor, facilitava-me a respiração, deixava-me falar e impedia-me os beijos destemidos que talvez não soem bem em quem os recebe. Paciência.
ResponderEliminarBeba o seu abatanado em paz e não pense demais no covid, ele não merece.
Como não pensar Bea, toda a nossa vida está "atravessada" por ele. Não piso no meu gabinete da escola desde o dia 7 de março...
EliminarSe não reforço a dose de creme de mãos, figo com elas numa verdadeira desgraça de tanto as ensaboar ou de tanto as alcoolizar. :)
ResponderEliminarE se a Covid gosta do creme?!
ResponderEliminarEstou a brincar Luísa...também ponho de quando em quando.
~CC~